Os 45 dias sem chuva foram impiedosos na produção de Jean Filippe, do município de Camargo, no Norte. Dos 35 hectares semeados com soja nesta temporada, a produtividade variou "de pouco para quase nada", resultando em uma das piores colheitas já anotadas pelo agricultor — de 21 sacas por hectare. 2l4t2u
— Nas outras secas não foi tão ruim. Este foi o pior ano de todos, muito semelhante a 2005. Mais uns dias sem chuva e não precisava nem ar a colheitadeira, porque não teria nada para colher — relata o agricultor.
O cenário de quebra em razão de mais uma estiagem abateu o Rio Grande do Sul de forma discrepante, mas não sem efeitos que, no médio e no longo prazo, tendem a ser generalizados na economia gaúcha, em que a agropecuária têm parcela significativa.
Números finais da safra divulgados pela Emater mostraram que a produção de soja, principal produto agrícola do verão, totalizou 13,2 milhões de toneladas no Estado este ano, uma queda de 27,4% em relação à colheita da safra anterior (18,2 milhões) e de 38,8% em relação ao que se pretendia colher nesta temporada (21,6 milhões). A colheita está tecnicamente encerrada nas regiões produtoras.
Já em produtividade, que é o quanto se produz por hectare, a média estadual foi reavaliada para 1.957 kg/ha pela Emater, representando uma redução de 38,4% em relação aos 3.179 kg/ha projetados antes do início do plantio. No ranking de produções, a colheita 2024/2025 é a oitava em volume no Estado.