Esta segunda-feira (4) marca uma mudança importante na estratégia de combate à poliomielite - também conhecida como paralisia infantil - no Brasil. O país substitui as doses de reforço com a vacina oral poliomielite (VOP) - a famosa "gotinha" - pela vacina inativada poliomielite (VIP), istrada por injeção. 5u3970
De acordo com o Ministério da Saúde, a alteração está alinhada com uma tendência mundial de utilização da VIP, composta por partículas do vírus, em detrimento da versão oral, produzida com o vírus atenuado.
Segundo o médico infectologista Fernando Chagas, um dos benefícios da substituição é que mais pessoas podem receber a vacina injetável. Por ser um imunizante que não utiliza o vírus vivo atenuado, mesmo indivíduos com imunodeficiência podem ser vacinados.
Outra questão importante para a troca do tipo de vacinação é a transmissão ambiental. Por se tratar de um produto oral, uma parcela do vírus atenuado presente na VOP é eliminada nas fezes das crianças vacinadas, disseminando o chamado "vírus vacinal da poliomielite".
No ado, essa eliminação pelas fezes foi importante por colocar a população em contato com o vírus enfraquecido em locais onde não havia saneamento básico, incentivando a produção de anticorpos nesses indivíduos. O problema é que, em casos raros, pode haver mutação do vírus no ambiente, desencadeando a doença.
— A vacina injetável, em que o vírus é inativado, elimina o risco de mutação do vírus no ambiente — diz Silvia.